Editado: Ago 03, 2017
Há boas notícias para os empresários que tencionam procurar obter residência permanente no Canadá para criar a sua própria empresa. O Programa de Vistos para Empresas em Fase de Arranque, que ajuda os empresários a obter o estatuto de residência permanente, vai tornar-se um elemento mais permanente da política de imigração do Canadá a partir de 2018.
Originalmente, o Start-up Visa Program era um esquema piloto de 5 anos que começou em 2013 sob o governo Harper e deveria expirar em 2018. No entanto, o programa foi agora alargado, convidando os empresários a candidatarem-se a residência permanente quando recebem um compromisso de financiamento. Este financiamento deve provir de um capitalista de risco, de um grupo de investidores-anjo ou de empresários que se tornem parte de um programa de incubadoras de empresas e se candidatem à residência permanente para desenvolverem a sua atividade.
O Ministro canadiano da Imigração, Refugiados e Cidadania, Ahmed Hussen, afirmou recentemente que o plano de inovação e competências do Governo canadiano reconhece que promover certos empresários e ajudá-los a desenvolver as suas empresas em fase de arranque é realmente vital para a economia do país. O facto de o Governo pretender tornar o programa de vistos para empresas em fase de arranque uma medida permanente apoia a iniciativa de ajudar a economia canadiana a crescer e a prosperar.
Do outro lado da barricada, os críticos do programa têm uma visão mais equilibrada, afirmando que, até agora, o programa só levou a que alguns empreendedores se tornassem residentes no Canadá e a que algumas novas empresas fossem criadas. As estatísticas mostram que, desde o início do programa em 2013, 117 empresários obtiveram vistos de arranque, o que equivale a 68 empresas aceites no programa. O Sr. Hussen aludiu ao facto de três dessas empresas se terem tornado grandes sucessos, embora duas delas tenham sido adquiridas por empresas americanas. Os críticos dizem, portanto, que o programa precisa de ser significativamente mais bem sucedido e crescer em dimensão para que o país possa realmente beneficiar do investimento nele.
Outro possível obstáculo que impede a expansão do programa é a quantidade de trabalho que o sector privado tem de assumir em termos de verificação e financiamento dos empresários. Como já foi referido, as novas empresas devem obter financiamento de investidores-anjo, investidores de capital de risco e incubadoras de empresas. Embora estas fontes privadas de financiamento sejam difíceis de obter, o Departamento de Imigração, Refugiados e Cidadania do Canadá (IRCC) exige que o financiamento esteja em cima da mesa antes de considerar um pedido de visto para o Canadá. A partir daí, o tempo de processamento dos pedidos de visto pode variar entre apenas algumas semanas e, nalguns casos, até seis meses.
O IRCC, no entanto, não se deixa abater. O programa beneficia-os porque não têm de examinar pessoalmente um dilúvio de empresários com ideias de negócio. Os investidores privados individuais assumem essa tarefa quando analisam os pedidos de financiamento. Isto significa que as ideias de negócio loucas e impossíveis não passarão tão facilmente pela rede. Agora que o programa se está a tornar mais permanente, o Sr. Hussen prometeu que o governo irá desenvolver um processo de verificação online mais abrangente para eliminar as candidaturas não qualificadas ou irrelevantes antes de estas poderem ser apresentadas aos investidores privados. Também está em cima da mesa para discussão a melhoria do programa o papel que os funcionários consulares canadianos devem assumir quando se trata de estabelecer contacto com redes de startups e aceleradores, enviando os empresários adequados para o programa.
O Ministro da Inovação, Ciência e Desenvolvimento Económico, Navdeep Bains, afirmou que o alargamento do programa, juntamente com a nova Estratégia Global de Competências, mostra que o Canadá acolhe empresários talentosos de todo o mundo. A Estratégia Global de Competências pretende acelerar os pedidos de visto de trabalho em domínios muito técnicos.
O Sr. Bains afirmou recentemente que o governo deixou bem claro que o Canadá está absolutamente concentrado e empenhado em incentivar os empresários, criando oportunidades para os indivíduos e as suas empresas virem para o Canadá. Isto acabará por impulsionar as empresas e a economia canadianas.
Outros países, nomeadamente os Estados Unidos, podem estar a olhar para dentro, mas o Canadá pretende ser um país virado para o exterior. Foi o que disse a primeira-ministra da Colúmbia Britânica, Christy Clark, na BC Tech Summit, há alguns meses. Embora o governo Trump tenha adotado uma abordagem rígida em relação à política de imigração, especialmente no que diz respeito ao reforço das restrições aos vistos H-1B para trabalhadores estrangeiros qualificados, este facto deu origem a novas oportunidades para a imigração canadiana. O Canadá pode agora começar a investir em talentos de topo (especialmente talentos tecnológicos), que de outra forma teriam sido destinados a Silicon Valley ou a outras partes dos EUA.
Se tenciona visitar o Canadá temporariamente para encontrar formas de fazer crescer a sua empresa, terá de solicitar uma eTA ou um visto para o Canadá. A necessidade de uma eTA ou de um visto canadiano depende de determinados critérios, que podem ser consultados e obter mais informações no sítio Web do Governo do Canadá em http://www.cic.gc.ca/english/visit/visas.asp
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